segunda-feira, 4 de julho de 2011

Namíbia quer esconder massacre de mais de 90 mil focas

            A matança de focas que acontece na Namíbia para retirada da pele é conhecida como o pior e mais cruel tipo de matança de animais selvagens do mundo. Recentemente, porém, o governo do país proibiu a imprensa de fotografar ou filmar essa prática cruel.

            O Ministério da Pesca e Recursos Marinhos do país divulgou o seguinte comunicado: “Os comentários negativos feitos pelos grupos de comunicação da África do Sul sobre a Namíbia nos têm forçado a ser cautelosos e conservadores em relação à nossa indústria de pesca. Por isso, decidimos proibir TODOS os veículos de comunicação, a fim de evitarmos tensões entre o Ministério e os pescadores. Não vamos aceitar equipes de filmagem nem de qualquer espécie por enquanto.”

            Segundo informações do jornal Examiner, nos próximos 139 dias, a Namíbia irá assassinar 91 mil filhotes de focas que ainda estão sendo amamentados. Os bebês serão separados de suas mães, serão virados de barriga para cima e serão brutalmente espancados até a morte.

            Hatem Yavuz, por exemplo, que mora na Austrália, comprou o direito de assassinar focas para vender as peles para o mercado asiático, que não impõe proibições à importação deste tipo de produto. Muitos países, incluindo os Estados Unidos, baniram a importação de produtos que usem pele de foca.

            François Hugo, do Seal Alert-AS, disse que luta há anos contra este tipo de crueldade, apesar das tentativas do governo de manter a prática de surrar até a morte, aos olhos da opinião pública, este animal ameaçado de extinção.

            Em março deste ano, Hugo, por meio de seus advogados, conseguiu um parecer jurídico sobre as leis relativas à temporada de matança de focas. A decisão do documento confirma a posição de Hugo de que a prática não só é ilegal, insustentável e cruel, como está fora da jurisdição e viola a constituição e as convenções do comércio internacional a respeito de espécies ameaçadas.

            O primeiro-ministro da Namíbia declarou que o documento de Hugo é “apenas uma opinião de advogados” e que, normalmente, para algo ser considerado ilegal, precisa ser declarado como tal por uma corte.

            O advogado John Walters respondeu que procuraria conversar com o primeiro-ministro urgentemente antes que a época de matança das focas comece, em julho. O tempo, mais uma vez, está correndo.

            Hugo pediu também o apoio das organizações que lutam pelo bem-estar e preservação dos animais, como a Sea Shepherd International (SSCS), International Fund for Animal Welfare (IFAW), World Society for the Protection of Animal (WSPA), People for the Ethical Treatment of Animal (PETA), World Wildlife Fund (WWF), Humane Society International (HSI). A Seal Alert-AS questiona por que todo o apoio unânime de lideranças científicas marinhas e de grupos de preservação animal pelo fim do abate das focas, que existia desde 1994, de repente sumiu. O mundo parece estranhamente calmo frente a esta terrível tragédia. O número de focas na Namíbia vem diminuído enquanto o número de abates triplicou (as matanças ocorreram em 1995, 2000, 2002 e 2006).

            O Conselho Nacional da Sociedade de Prevenção de Crueldades contra Animais (SPCA) divulgou na imprensa um comunicado convocando todas as pessoas a se unirem contra a desnecessária e cruel matança de focas inocentes. A SPCA pede ainda que sejam enviadas cartas de apoio ao advogado da Namíbia.

            Sobre a proibição da filmagem do massacre, um repórter foi preso e multado por filmar a ação em uma praia. A Seal Alert-AS pede que a imprensa internacional divulgue as conclusões do Instituto de Mídia da África do Sul (MISA) e o parecer legal do advogado sobre as filmagens, que é uma forma de expressar profunda preocupação e condenar as tentativas do Ministério da Pesca e Recursos Marinhos de usar inexistentes estatutos para proibir o trabalho legítimo dos meios de comunicação, assim como dificultar o acesso da imprensa local e internacional às áreas onde estão as focas.

            O governo da Namíbia também não quer que os turistas vejam esse tipo de material. Entretanto, Hugo espera que as pessoas sintam compaixão e espalhem pelas das redes sociais e canais de notícias a crueldade que está sendo cometida. A enxurrada de indignações tem que parar com esta matança.

Fonte: ANDA

Por: Catherine Pinho

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