terça-feira, 5 de julho de 2011

Maus-tratos a animais ficam sem solução em Ribeirão Preto (SP)

Gatos mortos foram recolhidos no dia 8 de maio: quase dois meses depois, investigadores ainda procuram os responsáveis

            O delegado Norberto Bocamino, titular da Delegacia de Proteção aos Animais de Ribeirão Preto (SP), afirma que há falta de funcionários para atender a demanda do distrito policial, que também responde pelo setor de Proteção ao Idoso na cidade. Ele diz ter dificuldades para fazer exames em animais envenenados, que precisam de necropsia.

            A delegacia tem duas investigações em andamento desde o começo deste ano, das quais uma é a da chacina no Morro do São Bento e a outra envolve a denúncia de que a rede Walmart mataria felinos que ficavam em um depósito de alimentos. Porém, são 228 denúncias recebidas entre o começo do ano e o final de junho e 29 BOs (boletins de ocorrência) registrados no Setor de Proteção ao Animal.


            Bocamino diz que o número de policiais que atuam no setor é pequeno. Ele ressalta que o distrito não tem condições de examinar animais que chegam envenenados e que conta com a ajuda de parceiros não oficiais para acelerar processos.

            De acordo com o delegado, todas as denúncias que chegam precisam ser checadas para levantar a necessidade de uma apuração mais detalhada e a possível instauração de inquéritos, mas a falta de funcionários dificulta.

“São duas delegacias [em um distrito policial] e é obvio que falta gente para trabalhar”, afirma.

            Segundo ele, quando um animal chega envenenado, surge um outro problema. “Contamos com sete instituições que colaboram e fazem os exames, porque não temos condições para isso. Há uma dificuldade incrível.”

Investigações

            Bocamino conta que, além da falta de recursos humanos e materiais, há falta de informação para dar sequência em muitos casos que são encaminhados para a delegacia.

“Investigar casos de animais é diferente do que investigar pessoas, porque tudo depende das denúncias que recebemos.”

            Ele explica que, quando uma pessoa aparece morta, em dez dias é possível levantar tudo sobre a vida da vítima e criar uma linha de investigação. No entanto, não é possível agir da mesma forma em casos de animais. “Existe animais que vive nas ruas e não estabelece contato com morador nenhum durante todo o tempo de vida.”

            Em Campinas, a Delegacia de Proteção aos Animais informa ter os mesmos problemas enfretados pelo setor em Ribeirão.

Outro lado

            A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que até hoje não houve qualquer tipo de reclamação sobre o atendimento ou o trabalho realizado pela Delegacia de Proteção aos Animais, por parte da Seccional. Por isso, não há projeto para a contratação de funcionários para tal unidade.

            A Delegacia Seccional de Ribeirão informou, por e-mail, que houve queda no número de crimes praticados contra os animais depois que o setor foi criado. “Isso se deve à conscientização pública e mostra que os casos são investigados com dedicação e os infratores, responsabilizados”, afirma, por meio de nota.

Fonte: A Cidade
Por: Catherine Pinho

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