Para manter o ‘bom comportamento’ dos cachorros,
descargas elétricas. A técnica funciona da seguinte maneira: por meio de um
colar elétrico, dois pontos metálicos ficavam presos no pescoço do cachorro e
emitiam uma descarga a cada latido que o animal dava. Era essa a situação de
quatro cachorros encontrados em uma casa localizada em Voltri, Gênova, na
Itália.
“Tivemos que intervir porque os vizinhos ouviam os
ganidos e os lamentos dos cachorros”, contou ao jornal la Repubblica Genova
Gian Lorenzo Termanini, chefe da Guarda Ambiental e do núcleo de rádio móvel da
polícia de Arenzano, que fica na mesma região.
“O que vi era pavoroso e executei o sequestro penal
porque colares elétricos são proibidos por lei. Se trata, portanto, de
maus-tratos de animais, sancionado pelo artigo 544 do Código Penal, que garante
a prisão ou ainda uma multa de 3 a 15 mil euros.”
Agora os quatro cachorros (dois estavam com o colar
elétrico ativado) estão em um canil de Sestri Ponente, à espera da decisão da
Justiça.
Mas se o colar é proibido, como o tutor dos cães
conseguiu comprar?
“Infelizmente, pela internet existem vários sites que
vendem”, explica o policial. Estão disponíveis dois tipos: um com um
dispositivo acústico que aplica a descarga no momento que o cão late, e outro
que pode ser ativado por radio comando, à distância.
O problema é cultural: muitas pessoas pensam que o latido do cachorro
criará problemas com a vizinhança. Assim, para que isso não ocorra, os tutores
recorrem a este sistema. Outros os prendem na adega ou colocam focinheiras
muito estreitas e presas com velcro.
“Em Gênova ainda existe pouca cultura em relação aos
cachorros, infelizmente”, conclui Termanini.
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