Vólia Castelar com seu Akita inu, Kiodai. Há um ano, o cão está cego em decorrência de uma dermatite autoimune.
Uma dermatite autoimune que pode levar o cão à perda total da visão. Assim é a Síndrome Úveo Dermatológica (SUD), doença que entre os humanos é conhecida como Síndrome Vogt-Koyanagi-Harada. É comum entre animais das raças Akita, Chow-Chow, Husk Siberiano e Samoieda. Essa doença vitimou o cão Kiodai, da raça Akita inu, da fotógrafa Vólia Andriella de Melo Castelar. Há cerca de um ano, os primeiros sintomas começaram a se manifestar e, em apenas dois meses, aproximadamente, o animal já teve a visão perdida totalmente.
Kiodai está com quatro anos de idade e, graças à guarda responsável de sua tutora, leva uma vida digna. Vólia adota todos os procedimentos possíveis para que o animal tenha uma rotina diária dentro da normalidade, mesmo sem enxergar. Acompanhado da tutora, ele caminha todos os dias no quarteirão em volta de casa, tem alimentação de qualidade e acompanhamento veterinário constante. No entanto, passará o resto da vida à base de corticoides, em comprimidos e colírio aplicado nos olhos dez vezes ao longo do dia. “Ele já está tão acostumado que, quando coloco a gotinha em um olho, ele já vira a cabeça oferecendo o outro olho”, conta Vólia Castelar.
Estas são as medidas para assegurar o controle da síndrome. Caso contrário, o cão teria dores insuportáveis e inflamação nos olhos, bem como retorno de possíveis dermatites na pele. “Em nenhum momento, penso em sacrificar o Kiodai, como outros tutores poderiam fazer. Acho uma desumanidade. O cão não é um brinquedo, é um amor que, a partir do momento em que decidi criá-lo, sei que é para o resto de sua vida”, afirma Vólia.
A síndrome tem possíveis causas genéticas, segundo a médica veterinária, Gabriella Queiroga, do Serviço de Oftalmologia do Centro de Cuidado Animal Dra. Andrea Melo. Ela acompanha o caso de Kiodai e adverte a todos os tutores que, uma vez diagnosticada a doença, o animal não pode se reproduzir.