O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS)
apresentou na Câmara projeto de lei 1738/2011, que prevê o fim da
obrigatoriedade de sacrifício de animais infectados pela leishmaniose. De
acordo com a proposta do deputado, o sistema de saúde pública deve implantar
uma política nacional de vacinação e tratamento de animais.
“O debate sobre o tema é fundamental. Esta doença
está em 12 países da América Latina, mas 90% dos casos são registrados no
Brasil”, nota o deputado, para quem é possível estabelecer um programa de
tratamento em alternativa à eutanásia canina. “A prática do sacrifício
indiscriminado é inaceitável na Europa. Em diversos países existem estudos científicos
e mobilização de médicos veterinários e criadores de cães contra esta ação”.
Segundo Geraldo Resende, o combate ao vetor praticado
em nível doméstico tem eficácia temporária, pois utilização de inseticidas nas
casas perde o efeito depois de algum tempo. “É importante a decisão política de
disponibilizar orçamento para o combate ao mosquito transmissor. É um caso de
saúde pública como a dengue”, diz.
“O sacrifício de cães é mais maléfico que benéfico,
já que por motivações afetivas ou econômicas, muitos tutores se recusam a
entregar seus animais e os escondem, colocando a população em risco”, diz o
deputado, lembrando que existe tratamento. “Há diversos protocolos de trabalhos
científicos exitosos nesta área, além disso, me parece mais racional tratar a
exterminar cachorros e gatos. Proponho a vacinação dos animais, bem como a
possibilidade de curar os animais infectados”.
Doença
Leishmaniose é uma doença parasitária transmitida
pela picada do mosquito infectado. A doença afeta animais domésticos, urbanos e
silvestres. Para cada ser humano contaminado estima-se que há uma média de 200
cães infectados.
Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar, que
se caracteriza por feridas na pele, e a visceral, que ataca vários órgãos
internos.
Os sintomas variam de acordo com o tipo da
leishmaniose. No caso da tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na
pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por
crosta ou secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se
dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre
febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de
peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.
Fonte: Pantanal
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