terça-feira, 19 de abril de 2011

Cólica em Equinos

            O termo cólica é utilizado para englobar todas as crises de dor abdominal.
            Essa síndrome é descrita como sendo causadora da morte de muitos eqüinos ao longo da história. As pesquisas iniciais sobre a cólica baseavam -se somente em achados de necrópsia ou na resposta ao tratamento utilizado.

                       A cólica eqüina é identificada como uma síndrome complexa e seu reconhecimento precoce e diferenciação apurada é muito importante para estabelecer a abordagem adequada.
            Determinar a necessidade de cirurgia em cavalos com cólica geralmente é uma emergência, e varia com a individualidade de cada caso. O exame completo do animal deve ser feito antes da indicação à cirurgia, visto que, avaliando os dados individualmente, pode-se chegar a um diagnóstico errado.

São divididas em cólicas primárias e secundárias, de acordo com sua origem:

            Cólica Primária ou verdadeira: quando é oriunda da distensão do estômago ou do intestino. Pode ainda ser estática, no caso de acúmulo de alimento, gás ou líquido, ou transitória, quando houver uma distensão periódica local, proveniente de um espasmo e aumento dos movimentos peristálticos do intestino. Os acúmulos estáticos são classificados como cólicas físicas, enquanto que as distensões transitórias são classificadas como cólicas funcionais.

            Cólica Secundária ou falsa: quando a causa da cólica provém de afecções do peritônio, baço, rins, intoxicações alimentares e outros órgãos internos.
            Devido ao reduzido tamanho do estômago do cavalo, na maior parte das vezes, a origem da cólica está em uma alimentação errônea, como, alimentação má distribuída, alimentos muito triturados, alimentação antes da realização de trabalhos, ração desbalanceada.

Os tipos de cólicas que mais afetam os equinos são:

            Cólica de impacto: quando há uma obstrução, geralmente no intestino grosso, por uma sobrecarga de alimento fibroso não-digerível.

            Cólica por gases: ocorre mais frequentemente no intestino grosso, devido ao estiramento do intestino, que leva à dor abdominal.

            Cólica espamódica: quando há exacerbada contração peristáltica no sistema gastrointestinal dos equinos, devido à um acúmulo de gás dentro do aparelho digestivo destes animais.

            Cólica causada por parasitas: quando há uma obstrução devido à um grande número de parasitas, como o Parascaris equorum.

            Colite: quando há inflamação do intestino grosso.

            Deslocamento ou torção gástrica: quando o intestino localiza-se em uma posição anormal do abdômen, podendo muitas vezes torcer, isto recebe o nome de vólvulo.

            Identificar os sinais da cólica é um dos principais problemas que um dono de cavalo pode ter. Os sinais podem variar de cavalo para cavalo e podem depender da severidade da dor.
           Os sinais clínicos mais evidentes são uma evidente inquietação do animal, que passa a realizar movimentos de raspar o chão, sapatear, escoicear o ventre ou por deitar e levantar frequentemente. Passa a olhar o flanco, rolar no chão, deitar de costas, passando a sentar de forma semelhante ao cão por um longo período de tempo. Adota uma postura anormal, que recebe o nome de “cavalo pensador”. Em casos de animais castrados, eles passam a expor o pênis sem urinar; urinam mais frequentemente e em pequenas quantidades; bate continuamente na água sem bebê-la.
          Na fase inicial a dor é intermitente, podendo durar cerca de 10 minutos, com intervalos de relaxamento. Nos casos mais graves a dor é sempre contínua e pode ocorrer a adição de sinais de choque, sudorese abundante, respiração ofegante e movimentos involuntários.
            De acordo com a atitude do animal, há a possibilidade da dedução do local da dor. Quando o animal adota a posição de “cavalo pensador” (membros posteriores afastados), pode indicar sobrecarga do cólon; deitar com os membros para cima indica a necessidade de aliviar a dor no mesentério. Se houver distensão de abdômen (o que não é comum em cólica equina), provavelmente há uma distensão do ceco ou cólon causada pela presença de gás; vômito e regurgitação pelas narinas de conteúdo intestinal é um sinal grave que sugere distensão gástrica. É comum observar um aumento da frequência respiratória, já uma dispnéia em forma de soluço aparece nas fases finais, quando o choque e a desidratação atingem seu pico máximo. A defecação pode ser observada, mas é de difícil interpretação, pois antes de obstrução o animal ainda pode ter fezes no reto e pode eliminá-las várias vezes antes de observas-se o sintoma mais comum, que é reto vazio com mucosa aderida.

           
           
Entretanto, os sinais mais comuns são:

• Virar a cabeça na direção do flanco.
• Bater das patas.
• Chutes ou mordidas na altura do abdome.
• Animal se posiciona para urinar, mas não o faz.
• Animal se levanta e deita repetidamente.
• Animal rola violentamente.
• Animal senta como se fosse cachorro ou deita sobre as costas.
• Falta de apetite (anorexia).
• Baixar da cabeça para beber água sem fazê-lo.
• Ausência de movimento visceral tendo como evidência o baixo número de montes de estrume
• Ausência ou redução de sons digestivos.
• Suadeira
• Respiração ofegante e/ou narinas queimadas
• Batimento cardíaco elevado (Acima de 52 batimentos por minuto)
• Depressão
• Enrolar dos lábios (reação Flehmen)
• Extremidades frias

            É muito importante que seja feito um diagnóstico precoce, quando as fezes ainda estão sendo eliminadas, quando há a presença dos ruídos intestinais e quando há um sintoma retal positivo. As alterações na frequência cardíaca e outros sintomas cardiovasculares devem ser avaliados de hora em hora.
           

           O tratamento desta afecção depende da natureza e sede da lesão. O objetivo do tratamento é eliminar a causa e aliviar a dor. É importante que o médico veterinário saiba indicar qual tratamento é recomendado para cada caso, se médico ou cirúrgico. Na grande maioria dos casos, as cólicas são resolvidas com tratamentos médicos adequados.
            A prevenção é feita com um manejo adequado, especialmente no bom cuidado com os dentes, no fornecimento de alimentos que possam ser digeridos pelo intestino do equino e no controle de parasitas intestinais.





                                                                                                        Cat Pinho

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