É uma doença infecto-contagiosa que acomete equídeos com evolução aguda ou, mais comumente, crônica onde ocorre destruição maciça de hemácias. Não é uma zoonose.
Os estudos iniciais desta doença foram realizados na França em 1843; em 1859 foi constatado pelo pesquisador Anginiard o caráter contagioso da doença, sendo que a primeira demonstração de doença virótica foi feita em 1904/1907.
No Brasil, a primeira descrição desta doença verificou-se em 1968, por Guerreiro e col.
Os animais ficam suscetíveis à enfermidade quando têm resistência orgânica diminuída por um trabalho excessivo, calor intenso, alimentação inadequada e infestação por vermes.
A doença tende a apresentar-se sob forma enzoótica em fazendas ou áreas, não havendo disseminação fácil e rápida, nunca se observando, segundo Scott, contágio de animal para animal.
Graves perdas são causadas nas áreas endêmicas, podendo desaparecer a mortalidade com o passar do tempo.
O vírus está presente no sangue, saliva, urina, leite, etc.
Os surtos aparecem quando é introduzido na manada um animal infectado ou portador. Casos crônicos podem existir em qualquer época do ano e, são mais suscetíveis os animais desnutridos, débeis e parasitados.
ETIOLOGIA
A AIE é causada por um RNA vírus da família retrovírus. O írus uma vez instalado no organismo do animal, nele permanece por toda a vida mesmo quando não apresentar manifestações clínicas.
É bastante resistente, sobrevivendo por 30 a 60 minutos quando exposto à luz solar e por 15 minutos pelo menos quando fervido, sendo estável a baixas temperaturas, podendo ser estocado a –20ºC por longos períodos sem perder sua infectividade; os desinfetantes mais ativos contra ele são os solventes inorgânicos (éter e álcool, por exemplo).
TRANSMISSÃO
As mucosas nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus.
O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da infestação. O animal, uma vez infectado, torna-se portadores permanente.
SINTOMAS
Há uma forma aguda e outra crônica. Todavia o vírus pode estar presente no sangue do animal sem produzir qualquer sintoma.
A forma aguda é assim caracterizada:
a) Febre que chega a 40,6c;
b) Respiração rápida;
c) Abatimento e cabeça baixa;
d) Debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é passado de um pé para outro;
e) Deslocamento dos pés posteriores para diante;
f) Inapetência e perde de peso.
Se o animal não morre em três a cinco dias, a doença pode tornar-se crônica. Na forma crônica observa-se ataque com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte sobrevêm depois de algumas semanas.
Com ataques há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o que resulta em anemia.
A doença pode acometer equídeos (burros, zebra, etc.), de qualquer raça, sexo e idade. Tem como vetor, insetos hematófagos, porém, a transmissão pode ocorrer através de agulha usada. Todo proprietário deve fazer duas vezes por ano, exame eliminando os animais positivos e comunicar à Casa da Agricultura.
Qualquer equídeo, para ser transportado precisa ter atestado de anemia eqüídeo infecciosa negativa.
Que é um teste qualitativo; tem validade de 60 dias; identifica IgG precipitante e por isso é altamente específico; e é razoavelmente sensível.
No quadrante superior esquerdo os soros testados são: positivo, fraco positivo e muito fraco positivo; no quadrante superior direito todos são positivos; no quadrante inferior esquerdo são negativos; e no quadrante inferior direito os soros apresentam reações inespecíficas, mais difícil de acontecer, mas são negativos pois as linhas se cruzam e não se encontram.
TRATAMENTO
Ainda não é bem conhecido qualquer tratamento eficaz. Aumentar a resistência do animal, desintoxicar o fígado e fortalecer o coração, intensificar o metabolismo. Existem estudos recentes, mas por enquanto o animal que apresentar Teste de Coggins positivo deve ser sacrificado.
CONTROLE
a) Isolar os animais com sintomas suspeitos (fazer o Teste de Coggins);
c) Evitar a entrada na fazenda de animais vindos de zonas enzoóticas sem os testes negativos recentes de imunodifusão;
d) Drenar as zonas pantanosas e controlar os insetos transmissores;
e) Todo material usado nos animais (para cirurgia, tatuagem, injeções, abre-bocas etc) deve ser esterilizado por fervura por mais de 30 minutos;
f) A possibilidade de uma vacina é remota, pois muitas já foram experimentadas e até o momento nenhuma apresentou resultados satisfatórios.
PROFILAXIA
a) Deve-se realizar o teste sorológico sempre que se for transitar com os animais seja para levar a feiras ou exposições, ou ainda na compra;
b) Fazer a quarentena (até 60 dias) na compra de animais;
c) Realizar a antissepsia dos ferimentos para que o vírus não se dissemine;
d) Desinfecção dos utensílios;
d) Combate aos insetos e manutenção de boas condições sanitárias;
e) Drenagem nos pastos alagados e fiscalização das aguadas e bebedouros, a fim de que os animais não bebam água estagnada;
f) Uso de agulhas hipodérmicas e instrumentos cirúrgicos só depois de bem esterilizados e
g) sacrifício dos positivos.
Bem explicado. me ajudou muito e ajudara muitos outros criadores de cavalos . Obrigado
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